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Caríssimos e amados irmãos e irmãs em Nosso Senhor Jesus Cristo! Sêde BEM-VINDOS!!! Através do CATECISMO, das HOMILIAS DOMINICAIS e dos SERMÕES, este blog, com a graça de Deus, tem por objetivo transmitir a DOUTRINA de Nosso Senhor Jesus Cristo. Só Ele tem palavras de vida eterna. Jesus, o Bom Pastor, veio para que Suas ovelhas tenham a vida, e com abundância. Ele é a LUZ: quem O segue não anda nas trevas.

Que Jesus Cristo seja realmente para todos vós: O CAMINHO, A VERDADE, A VIDA, A PAZ E A LUZ! Amém!

quinta-feira, 17 de julho de 2014

A COMPUNÇÃO

   Compunção é o sentimento habitual de contrição, ou seja, a dor constante pelos pecados passados. 
   
   Diz o Beato D. Columba Marmion  que o "regresso a Deus" só é possível afastando primeiro os obstáculos que a ele se opõem. E a compunção é o meio eficacíssimo de afastar o pecado, que é o grande obstáculo. Temos obrigação de tendermos à perfeição, quer dizer, à união com Deus e com a Sua vontade, pelo amor. O principal obstáculo à esta união é o pecado mortal; e o principal obstáculo a todo progresso é o pecado venial deliberado. É mais que evidente que nem um nem outro se podem de maneira alguma conciliar com a perfeição. 

   Pois bem! O meio mais seguro de tornar a vida espiritual firme e estável, diz o Beato D. Marmion, é impregná-la do espírito de compunção. A causa comum de todos os maus êxitos no caminho da perfeição, diz o Padre Faber, é devida à falta de uma dor constante pelos pecados passados. O princípio do progresso não é só o amor, mas o amor que se originou do perdão.

   Assim sendo, a compunção não seria um assunto exclusivamente para os pecadores, máxime para os grandes pecadores: outros Davis, outros Saulos, outros Agostinhos, outros Pedros, outras Madalenas? etc Primeiramente, devemos ouvir São João em carta divinamente inspirada: "Aquele que se declara sem pecado, mente a si mesmo, e a verdade não está nele" (1 João I, 8). Para as almas grandes, afirma o Beato D. Marmion, para as almas santas esta afirmação é luminosa. É que, aproximando-se mais de Deus, Sol de justiça, a santidade imaculada, apercebem-se melhor das manchas que as desfeiam; o brilho, a intensidade da luz divina em que se movem, fazem aparecer melhor, pelo contraste, as mais pequeninas faltas e fraquezas, com um relevo muito mais marcado; o olhar interior purificado pela fé e pelo amor, penetra mais profundamente as perfeições divinas; tem uma visão mais clara do seu nada, medem melhor o abismo que as separa do infinito. Possuindo da vida da graça uma noção mais elevada, avaliam melhor tudo o que há de horrível na ofensa feita a Deus, no desprezo pela Paixão do Salvador, na injuriosa resistência ao Espírito de Amor. "Diante de Deus e das suas divinas perfeições, diz D. Festuguere, cada qual se reconhece a si mesmo e conhece suas próprias misérias; na irradiação da grande luz, dá-se conta das suas próprias sombras". 

   Compreendemos que o fato de ter ofendido a Deus, ainda que tivesse sido apenas uma vez na vida, comova intimamente estas almas e lhes cause profunda dor. Por exemplo São Luiz de Gonzaga se desmaiava no confessionário ao contar seus pecados veniais. E das almas santas esta habitual atitude de arrependimento e de horror ao pecado é uma prova constante de delicadeza sobrenatural que não pode deixar de agradar a Deus e inclinar para elas a infinita misericórdia do Senhor. 

   É claro, no entanto, que com exemplos de grandes pecadores compreendemos mais facilmente. É, aliás o método adotado pelo Beato D. Columba Marmion. Primeiramente nos mostra o exemplo do filho pródigo: "Vede, diz ele, o filho pródigo, ao regressar ao lar paterno. Imaginá-lo-emos, após este regresso, de ar despreocupado, maneiras desleixadas, como quem tivesse sido sempre fiel? De forma nenhuma. Dir-me-eis: Mas o pai não lhe perdoou tudo? - Com certeza; recebeu o filho de braços abertos; não lhe dirigiu uma repreensão; não lhe disse: "És um miserável"; nada disso, apertou-o contra seu coração. E é tamanha a alegria que o pai experimenta com o regresso do filho, que manda preparar um banquete. Tudo esquecido, tudo perdoado. Este comportamento do pai do filho pródigo é a imagem da misericórdia de nosso Pai do Céu. - Mas ele, filho perdoado, quais os seus sentimentos, qual a sua atitude? Não há que duvidar: são os mesmos sentimentos, a mesma atitude de quando se veio lançar aos pés do pai: "Pai, pequei contra ti, já não sou digno de ser considerado teu filho, trata-me como o último de teus servos". Tenhamos a certeza de que, no meio das alegrias com que era festejado o seu regresso, eram estas as disposições que dominavam em sua alma. E se, mais tarde, a contrição diminui de intensidade, jamais tal sentimento se apaga de todo, ainda mesmo depois de este filho ter tomado de novo e para sempre o seu lugar de outrora. Quantas vezes não terá ele dito ao pai: "Bem sei que me perdoaste tudo, mas o meu coração não se cansará nunca de repetir com gratidão o grande desgosto que sente de te ter ofendido e quanto desejo resgatar, por uma fidelidade maior, as horas perdidas e o esquecimento a que te votou". 

   Tal é o sentimento de que deve estar possuída uma alma que ofendeu a Deus, desprezou suas perfeições, contribuiu para os sofrimentos de Jesus Cristo. 
   
   Suponhamos agora, nesta alma, não apenas um ato isolado de arrependimento, mas sim um estado habitual de contrição: é quase impossível esta alma tornar a cair num pecado deliberado. Por que? Porque se mantém numa disposição tal que, por essência, a obriga a repelir o pecado. O espírito de compunção é precisamente o sentimento de contrição que se apoderou da alma de modo estável. Constitui a alma num estado habitual de ódio ao pecado; pelos movimentos interiores que nela excita, é de soberana eficácia para preservar a alma da tentação. Entre o espírito de compunção e o pecado há incompatibilidade irredutível; a compunção de coração torna firme a alma no horror ao mal e no amor a Deus. 

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