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LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO! PARA SEMPRE SEJA LOUVADO!

Caríssimos e amados irmãos e irmãs em Nosso Senhor Jesus Cristo! Sêde BEM-VINDOS!!! Através do CATECISMO, das HOMILIAS DOMINICAIS e dos SERMÕES, este blog, com a graça de Deus, tem por objetivo transmitir a DOUTRINA de Nosso Senhor Jesus Cristo. Só Ele tem palavras de vida eterna. Jesus, o Bom Pastor, veio para que Suas ovelhas tenham a vida, e com abundância. Ele é a LUZ: quem O segue não anda nas trevas.

Que Jesus Cristo seja realmente para todos vós: O CAMINHO, A VERDADE, A VIDA, A PAZ E A LUZ! Amém!

terça-feira, 8 de agosto de 2017

MORTIFICAÇÃO


"Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me" (S. Mateus XVI, 26).

 "Certamente, nem a todos é dada a possibilidade, nem todos têm a obrigação de fazer o mesmo; mas cada um é obrigado, segundo o seu poder, a mortificar a sua vida e os seus costumes. Exige-o a justiça divina, à qual é dada estrita satisfação das culpas cometidas; e é preferível dar essa satisfação enquanto se está em vida, com penitências voluntárias, porque assim também se tem o mérito da virtude. Além disto, já que nós todos estamos unidos e vivemos no corpo místico de Cristo, que é a Igreja, daí se segue, consoante S. Paulo, que, tal como os gozos, assim também as dores de um membro são comuns a todos os outros membros: quer dizer que os irmãos cristãos devem vir voluntariamente em auxílio dos outros irmãos nas suas enfermidades espirituais ou corporais, e, na medida em que estiver em seu poder, cuidar da cura deles; "os membros tenham a mesma solicitude uns com os outros; e, se um membro sofre, sofrem com ele todos os membros; ou, se tem glória um membro, todos os membros se regozijam com ele. Ora, vós sois corpo de Cristo, e particularmente sois membros deste" (1 Cor. 12, 25-27). Nesta prova que a caridade nos pede, de expiarmos as culpas de outrem, a exemplo de Jesus Cristo, que com imenso amor deu a sua vida para redimir todos do pecado, está este grande vínculo de perfeição que une estreitamente os fiéis entre si, com os Santos e com Deus. Em suma, o espírito da santa mortificação é tão vário, industrioso e extenso, que qualquer um   -  desde que animado de piedade e de boa vontade  -  pode praticá-lo com muita freqüência e sem esforço excessivo" (Leão XIII, Octobri Mense).
Caríssimos, amar a Deus sobre todas as coisas, de todo coração, com todas as forças, eis o grande mandamento. No Céu O amaremos naturalmente, necessariamente, infinitamente. Igual coisa não se dá na terra. No estado atual da natureza decaída, é impossível amar a Deus com amor verdadeiro e efetivo, sem esforço, sem sacrifício. É o que resulta da tendências da natureza corrupta que permanece no homem, mesmo regenerado pelo batismo. Não podemos amar a Deus sem combater estas tendências. Por isso Nosso Senhor disse: "Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me" (S. Mat. XVI, 26). Seguir a Jesus Cristo é amá-Lo, a condição de O seguir e amar é renunciar a si mesmo, isto é, as más inclinações da natureza, o que se consegue pela prática da mortificação. Para obter a graça, para conservá-la e multiplicá-la, precisamos a cada passo de penitência. Daí a mortificação em si, dentro de certas condições e em dadas circunstâncias, não é um simples conselho de perfeição, é, antes, DE PRECEITO, ou seja, é necessária à salvação: "Se não fizerdes penitência, disse o divino Mestre, todos igualmente perecereis" (S. Lucas XIII, 5).
O luxo moderno e costumes efeminados que se alegam muitas vezes em favor de uma diminuição da mortificação, podem também servir para defender o ponto de vista oposto. Pois, sendo ofício especial da Igreja dar testemunho contra o mundo, deve este testemunho consistir em atacar os vícios reinantes da sociedade, e por conseguinte, deve fazê-lo nestes dias contra a moleza, o culto do conforto e as extravagâncias do luxo. O mundo, a carne e o demônio permanecem realmente os mesmos em todos os tempos, e assim também a mortificação corporal presta os mesmos serviços. A melhor de todas as penitências é receber em espírito de compunção interior as mortificações que Deus, na sua Sabedoria e na sua amorosa e paternal Providência, nos envia. Quanto a isso não há a menor dúvida. É mister, porém, observar o seguinte: sem o generoso hábito das penitências voluntárias não é muito provável conseguir adquirir este espírito interior de penitência e portanto tirarmos todo proveito das provações involuntárias que Deus nos manda.
Vamos apresentar dez vantagens da mortificação:
- Domar o corpo: A penitência submete as paixões revoltosas ao poder da graça e à parte superior da nossa vontade. Na verdade, não encontraremos em pessoa alguma a força de vontade ou a seriedade de espírito, se ela não se esforçar deveras por subjugar o corpo.
2ª- Criar uma consciência delicada: isto é, uma sensibilidade de consciência para ver e detestar o menor pecado que seja. Se não é o único meio, pelo menos a mortificação constitui um dos principais.
3ª - Obter crédito diante de Deus: Empresta uma maior força à oração; dá um êxito muito maior nos esforços para desarraigar algum pecado habitual, vencer as tentações, obviar as surpresas do gênio e da língua.
4ª - Avivar o nosso amor a Deus: Manifestam e aumentam o nosso amor. E quando o objeto que amamos e contemplamos é, como Jesus, um objeto de dor e de sofrimentos, na contemplação da Paixão de Jesus sentimos um amor maior que nos excita a imitá-lo.
5ª - Desapegar-nos das vaidades do mundo e inundar-nos com a alegria espiritual: Nada em si é tão oposto às vaidades do mundo como a mortificação que destrói tudo o que elas mais prezam e mais amam. A alegria espiritual, é como a enchente da maré, que entra por onde encontra lugar vazio. A proporção, portanto, que os nossos corações se desapegam das amizades terrenas, isto é, das afeições que não constituem para nós um dever, eles se tornam capazes de gozar da doçura de Deus. As pessoas mortificadas são sempre alegres. O coração se alivia por lhe ser retirado o fardo do corpo. A penitência junto com a oração bem feita nos unem a Jesus e, estar com Jesus é um doce paraíso!
6ª - Impedir que abandonemos cedo demais a Via Purgativa: Na verdade constitui um grande perigo na vida espiritual querer passar logo para as vias iluminativa e unitiva, abandonando precocemente a via purgativa em que devem dominar a virtudes da penitência. Na verdade, muitos se apressam tanto no começo, que ficam sem respiração e abandonam por completo a corrida. Assemelham-se aos insensatos que correm loucamente para fugir de sua sombra. A alma ainda ligeiramente fatigada de vigiar a si mesma, quer já converter o mundo. Assim peca por indiscrição e zelo imprudente. Fazendo uma comparação: a água transborda a força de ferver, apagando assim o fogo, isto é, destrói a ação do Espírito Santo pela indiscrição. Verdadeiramente, conservar-se por mais tempo (não meses mas anos) na região inferior de purificação, nunca trará prejuízo à alma, mas querer elevar-se com demasiada rapidez é expor-se a muitos perigos. As nossas paixões são como lobos, fingem estar mortas. Daí constituir um grande perigo abandonar a mortificação.
7ª - Conceder-nos o dom da oração mental. Por tudo o que já foi dito acima, temos facilidade em compreendê-lo: O coração se alivia por lhe ser retirado o fardo do corpo, e aí, alma, qual, águia tem facilidade em subir às alturas da meditação e da contemplação.
8ª - Dar à santidade profundeza e força: Assim como os exercícios de ginástica desenvolvem os músculos e os robustecem. Isto refere-se ao que foi dito há pouco, de não abandonar cedo demais a Via Purgativa. Ex.: Simeão Estilita quando primeiro começou a se sustentar sobra a coluna, ouviu no sono uma voz lhe dizer: levanta-te, cava a terra. Pareceu-lhe ter cavado algum tempo e depois cessado, quando a voz lhe disse: cava mais fundo! Quatro vezes cavou, quatro vezes descansou, e quatro vezes a voz repetiu: cava mais fundo! Depois disse-lhe: Agora constrói tranquilamente. Pois bem! Este trabalho humilhante de cavar é a mortificação. Sendo escultor, veio-me uma comparação que compreendo com conhecimento de causa: o escultor, quando quer trabalhar com madeira, escolhe o cedro. Por que? primeiro por ser um madeira de lei que não é atacada pelo cupim; segundo é uma madeira ao mesmo tempo fácil de cortar e firme. Nossa alma deve ser firme pela penitência, e também humilde, isto é,  fácil de ser talhada pelo divino Artista, Nosso Senhor Jesus Cristo.
9ª - As austeridades corporais levam a alma a atingir a graça mais alta da mortificação interior: Seria pura ilusão supor ser possível mortificar o juízo e a vontade, sem mortificar também o corpo. Na verdade a mortificação interior é mais excelente; a exterior, no entanto, é mais eficaz.
10ª - A mortificação é uma escola excelente onde será adquirida a régia virtude da discrição. A discrição é o hábito de dar exatamente no alvo, e, para acertá-lo, é preciso ter no olhar uma exatidão e na mão uma firmeza sobrenaturais. A discrição se manifesta na obediência, na humildade, na falta de confiança em si mesmo, na perseverança e no desapego das próprias penitências.
Depois de tudo que acabamos de expor sobre a penitência, facilmente entendemos a afirmação tão categórica de São João da Cruz: "Se alguém desaprova a penitência, não lhe deis crédito, ainda que faça milagres".
Caríssimos, o divino Mestre disse: " O reino dos céus sofre violência e só os violentos o arrebatarão". Para chegarmos ao céu temos que combater como bons soldados de Jesus Cristo. E esta luta durará enquanto durar a vida. A felicidade eterna será um bem laboriosamente conquistado; e isto constitui, outrossim, a glória dos eleitos e lhes aumenta o gozo, pois amarão a Deus com maior perfeição. Consola-nos saber que cada vitória é uma conquista; triunfando de um defeito, adquirimos maior domínio sobre nós mesmos e, quanto mais fortes formos, mais capazes seremos de fazer o bem.

Através da mortificação, à medida que a alma progride, as revoltas da natureza, embora nunca desapareçam de todo, tornam-se menos violentas, e a graça, menos embaraçada, opera com maior poder. A vitória custa muito menos e entretanto os atos de virtude são mais puros, mais eficazes; a imaginação permanece mais calma, o apetite irascível mantém-se em repouso, o espírito não raciocina tanto. Então Deus opera com maior liberdade. Oh! como serão ricas as almas generosas, no dia da prestação de contas, quando for dado, e para sempre, a cada um, segundo suas obras! Amém!

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