SAUDAÇÕES E BOAS VINDAS

LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO! PARA SEMPRE SEJA LOUVADO!

Caríssimos e amados irmãos e irmãs em Nosso Senhor Jesus Cristo! Sêde BEM-VINDOS!!! Através do CATECISMO, das HOMILIAS DOMINICAIS e dos SERMÕES, este blog, com a graça de Deus, tem por objetivo transmitir a DOUTRINA de Nosso Senhor Jesus Cristo. Só Ele tem palavras de vida eterna. Jesus, o Bom Pastor, veio para que Suas ovelhas tenham a vida, e com abundância. Ele é a LUZ: quem O segue não anda nas trevas.

Que Jesus Cristo seja realmente para todos vós: O CAMINHO, A VERDADE, A VIDA, A PAZ E A LUZ! Amém!

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

O AMOR DAS CRUZES


"Bem-aventurados os que choram... Bem-aventurados sois quando vos insultarem e vos perseguirem, e disserem falsamente todo mal contra vós por causa de mim" (S. Mateus V, 5 e 11).


Além da paciência nos sofrimentos, Nosso Senhor Jesus Cristo quer que os amemos. Quer que tenhamos amor às cruzes, como aliás Ele teve e ardentíssimo: "Eu tenho de ser batizado num batismo de sangue; e quão grande é a minha ansiedade, até que ele se conclua! (S. Luc. XII, 50). Jesus sabia que sua morte seria a vitória sobre o pecado, o demônio e o mundo. "E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim (Dizia isto para designar de que morte havia de morrer) (S. João XII, 32 e 33).

Inicialmente já devemos deixar claro que se trata de algo na vida espiritual por poucos compreendido. Alegria nos sofrimentos e amor verdadeiro às cruzes, na verdade, é um dom que Deus concede às almas generosas. E para recebê-lo, tiveram  que se preparar, dominando a natureza. Assim, na aquisição deste dom faz-se mister primeiramente, dominando a natureza, tão ávida de gozos, desenvolver em si um ardente amor, por meio de uma vida de intima união e de corajosos sacrifícios. Como diz a Imitação de Cristo, "o desejo de sofrer para assemelhar-se a Jesus inspira tanta coragem, que a alma não deseja ficar isenta de tribulações e dores, porque compreende que é tanto mais agradável a Deus, quanto mais sofre por Ele" (L. II.c. XII, n. 8). A alma, que se preparou e assim recebeu este dom, pensa mais ao menos assim: "Sofro, mas é por Deus, é por Jesus que tanto sofreu por mim; reparo minhas faltas, consolo Deus das penas que Lhe causei. Sofro, portanto amo; e, sofrendo, dou provas de meu amor. Sofro, por conseguinte meu amor vai se dilatar; na eternidade será sempre maior e eu hei de amar eternamente e cada vez mais a Deus justamente na medida em que aqui na terra cada vez mais sofrer por amor a Jesus. Sofro, e sofrendo, estou unida a Jesus, continuo-lhe a obra, ou, antes, Ele mesmo a continua em mim, essa obra de dor e de salvação, segundo aquela afirmação do Apóstolo: Completo em minha carne o que falta à Paixão de Cristo". Sofro, portanto, com Jesus pelas almas; como Ele, por Ele e com Ele alcançarei para mim e muitíssimos outros pecadores a felicidade eterna". 

Jesus quisera ver, também nos seus seguidores os sentimentos que animavam o seu Coração. Daí dizer já no início de seu sermão da Montanha: "bem-aventurados os pobres; bem-aventurados os que choram; bem-aventurados os que são perseguidos; sereis felizes quando vos insultarem e disserem todo mal contra vós por minha causa. Regozijai-vos então e alegrai-vos" (S. Mat. V, 10). E os Apóstolos, a exemplo de seu Mestre, regozijaram-se de terem sido condenados e flagelados pelo nome de Jesus (Atos V, 41). São Lucas, resumindo toda a pregação de S. Paulo e S. Barnabé, disse: "Fortaleciam seus discípulos e mostravam-lhes que é por meio de muitas tribulações que devemos entrar no reino de Deus" (Atos XIV, 21). Eis o que diz S. Paulo: "Que sejais confortados com toda fortaleza pelo seu poder glorioso, para suportar tudo com paciência e longanimidade e alegria..." (Colossenses I, 11). Igualmente S. Tiago escreve aos fiéis: "Tomais, irmãos, por modelo no suportar os males e os trabalhos, e na paciência, os profetas, que falaram em nome do Senhor. Vede que proclamamos bem-aventurados aqueles que sofreram" (Tiago V, 10 e 11).   

Mesmo nas coisas da terra, nada se faz de belo ou de grande, sem sofrimento, sem esforço que custa, sem a perseverança que, na verdade, é uma longa paciência. Nas coisas de Deus, caríssimos, o sofrimento é ainda mais necessário, e muito mais fecundo, segundo o que Jesus disse aos seus discípulos depois de lhes profetizar os sofrimentos: "Alegrai-vos, porque será grande a vossa recompensa no Céu!".  O sofrimento aceito de boa vontade por amor a Jesus Crucificado, triunfa do pecado e do demônio, que reina no mundo pelo encanto do prazer, mas é vencido pela cruz. Que é o pecado? Na verdade, não é outra coisa senão o desdém de um dever a cumprir ou a procura de uma satisfação ilícita. Portanto, a vacina contra o pecado é o sofrimento, as privações,  a renúncia de nós mesmos e do que agrada a nossa natureza. Assim vemos como a Providência divina permite com frequência, grandes males para tirar bens maiores: guerras que terminam suscitando heroicos sacrifícios, perseguições (como nos três primeiros séculos da Igreja) para produzir mártires e santos.

Os sofrimentos, as privações, as cruzes, tornam a alma forte e viril, enquanto o bem-estar, os triunfos fáceis, o repouso e as doçuras da vida boêmia a amolecem. A dor purifica a alma e Deus nela se compraz vendo-a acrisolada pela dor. Concede-lhe, então, uma abundância de graças. O sofrimento alimenta e mantém o amor. Constata-se que quem pouco sofre, pouco ama.  Mas, por outro lado, Deus, que não se deixa vencer em generosidade, concede doçura às almas que sofrem por amor a Ele. Dizia São Paulo: "Bendito seja Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, Pai de misericórdia e Deus de toda a consolação, o qual nos consola em toda a nossa tribulação, para que também nós possamos consolar os que estão em qualquer angústia, pelo conforto com que também nós somos confortados por Deus. Porque, à medida que crescem em nós os sofrimentos de Cristo, cresce também por Cristo a nossa consolação." (2 Cor. I, 3-5). Davi havia experimentado os mesmos efeitos da ternura divina: "À proporção das muitas dores que atormentaram o meu coração, tuas consolações (dizia ele a Deus Nosso Senhor) alegraram-me a alma" (Salmo 93, 19). Vemos como Deus, Pai de Bondade, recompensa as almas generosas. Fá-las amar a cruz e encontrar sempre uma grande paz, uma felicidade calma e sólida, e, muitas vezes, alegrias profundas, ali, onde os cristãos pouco generosos para com Deus, não encontram senão tristezas e desolação. Mesmo quando essas almas dedicadas estão imersas na dor, não desejariam deixar de sofrer, porque sentem que assim amam melhor ao Senhor.

Não poderia terminar este assunto sem antes transcrever algo do que escreveu São Luiz Grignon de Montfort em sua admirável "CARTA CIRCULAR AOS AMIGOS DA CRUZ":

NUNCA SE QUEIXAR DAS CRIATURAS

   "Nunca vos queixeis voluntariamente e entre murmurações, das criaturas de que Deus se serve para vos afligir. Distingui, para tanto, três espécies de queixas nos sofrimentos. - A primeira é involuntária e natural: é a do corpo que geme, suspira, se queixa, chora e se lamenta. Quando a alma está resignada com a vontade de Deus, em sua parte superior, não há nenhum pecado. -  A segunda é razoável; é quando alguém se queixa e descobre seu mal aos que podem e devem tratá-lo, como um superior ou o médico. Esta queixa pode ser imperfeita, quando for muito insistente; mas não é pecado.
   A terceira é criminosa: é quando alguém se queixa do próximo para se isentar do mal que ele nos faz sofrer, ou para se vingar; ou quando alguém se queixa da dor que sofre, consentindo nessa queixa e juntando a ela a impaciência e a murmuração. 

RECEBER SEMPRE A CRUZ COM RECONHECIMENTO

   "Nunca recebais nenhum cruz sem beijá-la humildemente e com reconhecimento; e quando Deus, todo bondade, vos houver favorecido com alguma cruz um pouco considerável, agradecei-Lhe de maneira especial e fazei-o agradecer por outros, a exemplo daquela pobre mulher, que, tendo perdido todos os seus bens em virtude de um processo injusto que lhe moveram, fez celebrar imediatamente uma Missa, com o dinheiro que lhe restava, a fim de agradecer a Deus a ventura que lhe era concedida.

CARREGAR CRUZES VOLUNTÁRIAS

   "Se quereis tornar-vos dignos de receber as cruzes que vos hão de vir sem vossa participação e que são as melhores, carregar outras voluntárias, seguindo os conselhos de um bom diretor. 
    Por exemplo: Tendes em casa algum móvel inútil pelo qual tendes afeição? Dai-o aos pobres, dizendo: quererias o supérfluo quando Jesus é tão pobre?

   Tendes horror a algum alimento? A algum ato de virtude? A algum mau odor? Provai-o, praticai-o, aspirai-o. Vencei-vos. 
    
   Amais alguém ou algum objeto um pouco terna e insistentemente demais? Ausentai-vos, privai-vos, afastai-vos do que vos lisonjeia.

   Tendes uma natureza muito inclinada a ver? A agir? A aparecer? A ir a algum lugar? Parai, calai, escondei-vos, desviai os olhos. 

    Odiais naturalmente algum objeto? Alguma pessoa? Procurai-a frequentemente. Dominai-vos. 

    Se sois verdadeiramente Amigos da Cruz, o amor, que é sempre industrioso, vos fará assim encontrar mil pequenas cruzes, com que vos enriquecereis insensivelmente, sem temor da vaidade, que se mistura tão frequentemente à paciência com que suportamos as cruzes muito visíveis; e porque fostes assim fiéis em pouca coisa, o Senhor vos estabelecerá em muito, como o prometeu (Mt. XXI, 21 e 23); isto é, em muitas graças que vos dará, em muitas cruzes que vos enviará, em muita glória que vos preparará". 


*********************************

TU QUE DESCANSO BUSCAS COM CUIDADO,
NESTE MAR DO MUNDO TEMPESTUOSO
NÃO ESPERES DE ACHAR NENHUM REPOUSO,
SENÃO EM CRISTO JESUS CRUCIFICADO.
                      Camões


Nenhum comentário:

Postar um comentário